Em seu pronunciamento na sessão desta quarta-feira (24), o deputado Torino Marques (PTB) repercutiu denúncia sobre peixes com deformidades no Rio Doce, em decorrência do desastre ecológico causado pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana (MG), em 2015. “Pessoas podem estar consumindo peixes contaminados sem saber disso. A que ponto chegamos com a irresponsabilidade com a vida das pessoas”, alertou.
O parlamentar questionou o posicionamento da Fundação Renova, responsável pela reparação dos impactos econômicos, sociais e ambientais da tragédia. “Tivemos acesso à nota publicada pela fundação a respeito do monitoramento hídrico. A Renova se defendeu dizendo que os mais de 15 milhões de dados coletados pelo maior programa de monitoramento do país indicam que as condições da água do Rio Doce são similares às de antes da tragédia”, afirmou.
Fotos dos trabalhos em plenário
“Há sete anos convivemos aqui com a condenação do rio, que é o mais importante da região. Neste país, não é o povo, mas, infelizmente, os governos e instituições é que parecem ter a memória muito curta. Em respeito à população capixaba, vamos ouvir, sim, os responsáveis pelo consumo de peixes, ninguém sabe das suas consequências. Os pescadores têm que ser ouvidos”, apelou o parlamentar.
Torino mostrou imagens enviadas por pescadores e exibidas sessão ordinária de terça-feira (23). “Eu mostrei ontem algumas imagens de peixes com tumores gigantescos. Esses tumores aparecem na guelra, na parte da boca do peixe. E eu queria dizer que na hora que eles pescam esse peixe, infelizmente têm que cortar. Cortam essas partes que estão putrefatas, estão podres, com câncer, com doenças e jogam fora”, denunciou o deputado.
“Agora, as partes que a pessoa vai comer, as comestíveis, infelizmente você recebe aquele peixe embalado, bonitinho e não sabe a procedência desse peixe. O Rio Doce está contaminado. Temos de olhar essa situação de Mariana que contaminou toda extensão do nosso amado e glorioso Rio Doce, que abastece toda população capixaba”, concluiu.