O primeiro orador da sessão desta quarta-feira (10) foi o deputado Bruno Lamas (PSB). O tema levantado pelo parlamentar acabou pautando outros discursos durante a sessão. Lamas criticou o anúncio feito pela imprensa de que a Prefeitura da Serra construirá um teatro na região da Rotatória do Ó, no Parque Residencial Laranjeiras.
O projeto inicial para a obra da rotatória, que começou em agosto do ano passado, era a construção de viadutos, faixa exclusiva para ônibus, ciclovia e uma praça pública. “Existe uma grande obra sendo feita. Essa obra foi discutida e aprovada no orçamento participativo da cidade. A prefeitura, através do ex-prefeito (Audifax Barcelos, Rede), fez a licitação e começou a obra. A previsão era a construção de um viaduto”, disse Lamas.
“Agora é anunciado pela prefeitura de que a obra da Rotatória do Ó não será mais um viaduto. Será um projeto do Oscar Niemeyer de um teatro”, comentou. Para o deputado, o teatro poderia ser construído em outro local, porque, naquela região, a obra de mobilidade urbana seria mais importante.
“(O prefeito Sergio Vidigal, PDT) vai transformar em um Cais das Artes na Serra? Há vários lugares para construir um teatro. Por que não constrói um teatro no Parque da Cidade? Eu paro a obra do ex-prefeito e faço o que eu quero. Prefeito não é dono da cidade. O que acontecerá com os milhões de reais que já foram investidos ali?”, questionou o parlamentar.
Atração turística
Para o deputado Alexandre Xambinho (PL), que também é serrano, a construção de um teatro desenhado por Niemeyer seria relevante não só para o município, mas para todo o Estado, além de ser uma atração turística. “É importante dizer que, dentro do projeto, mesmo com a obra de Oscar Niemeyer, nada vai ser alterado em relação ao viaduto e à via exclusiva para ônibus”, afirmou Xambinho.
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Cais das Artes
Já o deputado Dr. Rafael Favatto (Patri) aproveitou o tema para falar sobre a obra do Cais das Artes, em Vitória. O governo estadual anunciou a retomada das obras. Para Favatto, não se pode deixar de construir um hospital, rodovia ou outra obra estruturante para investir no Cais das Artes. Mas, como, segundo ele, o Espírito Santo está em um “cenário de ordem”, o Estado deve dar continuidade à construção do complexo cultural. “Um espaço cultural daquele nível é importante para o Espírito Santo”, disse.
Segurança pública
Outro assunto de destaque na sessão desta quarta foi a segurança. O deputado Delegado Danilo Bahiense (sem partido) abordou a necessidade de aumento de efetivo policial. Ele apresentou dados comparando o número de agentes de segurança na década de 1990, quando a população do Estado era menor, com o quantitativo dos dias atuais.
Segundo os dados apresentados, em 1990, a Polícia Civil contava com 3.830 servidores. Hoje, tem efetivo de 2.030 policiais. Desses, apenas 550 atuam no interior do Estado. Em 1990, havia 78 médicos legistas e, hoje, 37. Bahiense destacou o número de delegacias sendo fechadas e os prejuízos no serviço médico legal.
Feminicídio
Já a deputada Janete de Sá (PMN) lamentou mais um caso de feminicídio ocorrido na última terça-feira (9), em Cariacica. Luana Demonier, de 25 anos, foi assassinada no trajeto de volta do trabalho. O suspeito é o ex-namorado. Ela tinha medida protetiva.
“Nem mesmo todas essas medidas de proteção foram capazes de resguardar a vida dessa mulher. Esses casos precisam chocar a todos nós. Precisam chocar esse Parlamento e a sociedade e mobilizar o governo”, disse. Na última quarta-feira (3), a deputada já havia alertado para os casos de feminicídio no estado.
“É inadmissível que, desde o início do mês de janeiro, nós já tenhamos 12 casos de homicídio de mulheres, sendo quatro já caracterizados como feminicídio. No ano passado, foram 102 homicídios, sendo 12 constatados como feminicídio. Eu não aguento mais assistir à matança de mulheres no nosso estado”, disse.
O deputado Pr. Marcos Mansur (PSDB) fez coro à fala da deputada. Para ele, houve um erro operacional na proteção da vítima, pois ela havia comunicado a ameaça de morte à polícia. Segundo o deputado, a polícia deveria ter acompanhado a mulher no trajeto do trabalho para casa. “A gente não pode esperar a morte acontecer”, frisou.